segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Insanidade

Um dia o vi parado, confuso, tenso,

Brigando com a TV sem nenhum tipo de senso,
Ele grita e insulta sentado naquela sala,
Como se os personagens rissem da sua cara.

Outro dia eu á vejo com a mala arrumada,
Na sala sozinha esperando sentada,
Quando chego, ela fala e isso me comoveu,
Que ela esperava meu avô, só que ele já morreu.

Ele volta a arrumar briga confusão, treta,
E a solução ele só acha no vidro de tarja preta.
Só que eu não preciso de estudo, nem muito tempo ao lado,
Pra saber que curado é diferente de dopado.

Pra cada jogo de baralho existem dois coringas,
Anestesiados com pílulas e doses em seringa,
Dormindo o dia todo, isso é melhor pra todos,
Porque quando acorda torna-se perigoso como os lobos.

As paredes brancas e estofadas aumentam o meu tédio,
Que só passa quando chegam mais caixas de remédio.
E essa letra na minha mente aumenta meu Inferno.
Porque essa camisa branca aperta e ninguém me dá um caderno.

Daniel Monteiro Salles

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Cafeína

A segunda tem sido tão cansativa como a sexta.
A quarta e a quinta tão extressantes como a terça.
Sorrindo, triste, triste, sorrindo.
Passando da empolgação de sábado para a depressão de domingo.

Sete dias na semana, vinte e quatro horas por dia.
Oito de trabalho, oito de sono e mais oito de correria.
Temos emprego mais a vida nos obriga a ter mais.
Fazendo de nós bem mais calculistas que sentimentais.

Escola, faculdade, escritório.
Jovem, velho, velório.
É lamentável ver o choro de um funcionário.
Que trabalha em dobro com a metade do salário.

Para os que vivem e não agüentam a rotina.
Sobra a nicotina, cocaína e umas caixas de morfina.
Para os que vão mais fundo e a depressão predomina.
Sobra a rua, a pinga e a demolição da heroína.

Cotidiano, faz mais uma chacina,
Fabrica alcoólatras disfarçados no Happy hour da esquina.
E a cafeína, virou item notável.
Pra quem dorme tarde e acorda cedo já é indispensável.

Daniel Monteiro Salles