segunda-feira, 28 de março de 2011

Desconfiança

De noite eu só uso preto.
De dia nem apareço.
Vendi mais de um terço,
do que não tinha preço.

Meu olhar focado em todos na multidão.
Meio de canto eu não quero chamar atenção.
Sou mais atento ainda quando me chamam de irmão.
Desconfio até do que nem tem mais pulsação.

Se meu olhar te assusta, se sinta agradecido.
É melhor um aviso que não saber do perigo.
Podemos conviver, mesmo sem ser amigos.
Más se eu não mexo com você, também não mexa comigo.

Daniel Monteiro Salles

domingo, 27 de março de 2011

Auto-controle


Luto contra certos sentimentos,
dentro do meu coração.
Más quando me distraio eles voltam,
sem pedir permissão.

E nessa luta interna,
eu me enterro sozinho.
Tento fazer o certo,
só que me perco no caminho

Já me senti provocado
e meu sangue não é frio.
Nessa fornalha de artérias,
meu ego quase explodiu.

Minha mente tornou-se
minha pior inimiga.
Que eu tento controlar,
só espero que eu consiga.

Pensamentos perturbam
como música ruim.
Tramando contra mim,
nessa enxaqueca sem fim.

Dou um conselho pra que você
não trave nesse nível:
Não erre no sábado,
pois seu domingo será horrível.

Daniel Monteiro Salles

domingo, 6 de março de 2011

Enxaqueca


Dor de cabeça.
Milhões de pensamentos.
Enxaqueca neurônios
em movimento.

Desenfreados se pisam,
se traem, se matam,
se esbarram, se embaralham
como uma multidão.

Desgovernados, se iludem,
se mudam, se perdem,
se cruzam, se perturbam,
e continuam nessa confusão.

Minha cabeça,
está como se fosse uma pista
só que bem mais congestionada
que a Avenida Paulista.

Um dia sonhador,
feliz, encorajado.
Em um estante calado
no outro desanimado.

Indeciso, inconstante,
sempre mudo de idéia,
por isso meu coração
não pode ter platéia.

Daniel Monteiro Salles
Escrita em 2010